Todo o ser humano é único, como tal, os Planos de Treino, deverão ser únicos e individualizados, adaptados ao estilo de vida de cada um, deverão ser elaborados de acordo com objectivos principais do Atleta e, deverão ser reajustados sempre que surja algum imprevisto, que impeça a realização do treino pré-determinado. Tal como em tudo na vida, quantidade (seja em horas de treino ou em quilometragem), não significa qualidade...
Se analisarmos uma grande percentagem de Corredores, verificamos que o volume de treino não se traduz nos resultados que estão a alcançar. Verificando que, grande parte dos quilómetros que efectuam, não se traduzem em qualquer vantagem competitiva, contribuindo unicamente para uma sobrecarga muscular e articular, aumentando assim drasticamente a probabilidade da incidência de lesões. Ok... é muito agradável passar horas a fio a correr no meio da natureza, a subir e a descer montanhas mas, isso não deverá ser uma prática regular e recorrente, pois mais cedo ou mais tarde, iremos "pagar a factura" de tais excessos.
Muitos ficam surpreendidos e indignados e frequentemente questionam: "Como é que aquele indivíduo que treina muito menos que eu, consegue obter muito melhores resultados?!!" . Pois é, para além da carga genética, a qualidade do treino é outra das grandes explicações para esse "mistério".
É muito fácil projectar um atleta para patamares de performance mais elevados. Basta aumentar-lhe a quilometragem semanal para o dobro e certamente os resultados melhorarão a curto prazo. O problema será o médio e longo prazo.... pois, tal como os resultados aparecerão de forma rápida, também rapidamente sentirão uma estagnação na curva evolutiva, para além de aumentarem a probabilidade de contrair lesões, pois os músculos, tendões e articulações, não estarão minimamente fortalecidos e preparados para tal carga. Tal como um prédio que se não possuir uma base sólida, resistente e consistente, dificilmente poderá "crescer" em segurança. Para além disso, não será fácil manter um indivíduo motivado para fazer treinos regulares de horas a fio, havendo grandes probabilidades de comprometer a prática desportiva no futuro, devido à saturação psicológica.
Por vezes, lemos alguns livros ou, tomamos como exemplo alguns atletas de topo mas, esquecemos-nos que muitos deles têm uma base desportiva de vários anos e possuem características genéticas únicas que lhes permitem fazer tais excessos e, mesmo assim, ninguém conseguirá garantir que mesmo estes, no futuro, não sofrerão mazelas de tal "comportamento excessivo".
Cabe-nos a nós a decisão de optar por uma prática desportiva saudável e obter excelentes resultados a curto, médio e longo prazo. Ou, arriscarmos a nossa saúde e, focarmos-nos apenas no curto prazo, melhorando rapidamente a performance desportiva mas comprometendo assim a saúde e, até mesmo uma possível prática desportiva no futuro.
Bons Treinos!!
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